quinta-feira, 2 de junho de 2011

Canais



(Imagem Google)



Hoje o pensamento não passa de uma fonte de rendimento às causas mais obsoletas dos vários tipos de linguagem. Satisfaço-me por completo quando durmo. Enquanto isso, não me canso a tentar ocupar um espaço, que por si só, já comunica com os vários estados diferenciados, onde assenta os seus ideais.

(Melhor deixá-lo em paz, esse canal exequível e transmissível de bactérias nocivas ao meu poder intelectual).

Por tudo o que me passou hoje pela cabeça, encontrei a forma mas ajustável ao meio ambiente onde vivo, já que o pensar obstruiu todos os meus canais interiores e exteriores, e até se fez caminho para que ao Norte vá chegando e com o Sul me vá sustentando. Imagino-me sempre a correr de um lado para o outro, mas este peso que me ocupa parte do imaginário é já uma continuação de um pensamento abstracto a querer alcançar a lógica que escapa à verdade de um raciocínio ímpar, e ao mesmo tempo esperançoso na vivencia em paralelo com o mundo que o criou. Esse é um mundo à parte, quando me identifico com os medos de sofrer por não poder pensar em nada, a não ser na minha linguagem inexpressiva de hoje.

Este corpo a querer fornecer novas atitudes perante a decadência de um lugar inóspito, sempre que se deita à espera por novas investidas de um sonho, onde o pensamento não passa de simples embuste a deixar pegadas num solo infértil. Pudesse eu saber onde vou sempre que o meu corpo aguarda por novos ajustes ao meio, e seria a metade na procura da outra metade, onde o pensar é só um caminho para chegar ao centro onde reside a minha vontade.

(Criei um corpo novo! De que adianta saber-me dona de corpos estranhos que não sabem como percorrer as várias entranhas, enquanto permaneço acordada sempre que sonho?)

2 comentários:

Andradarte disse...

Gostei do texto....mas difícil interpreta-lo, de tão intimo que me
pareceu??!!.....
Paz à inquietude...

Beijo

Clarisse Silva disse...

Olá Dolores,

Imagino-a andando sobre uma corda (como fazem nos circos) com uma barra na mão. Só dois caminhos se apresentam, embora (o da frente e o de trás - norte e sul?) não tenham fim. É como se fosse uma corda infinita onde não se consegue vislumbrar o fim. A bifurcação de ver o corpo ora progredindo ora retrocedendo, não impede a mente de magicar sobre a situação em que se encontra. Tanto que transforma esse mesmo corpo fazendo-o ganhar asas, deitando por terra os medos e os lugares inóspitos que dali observava. Agora, novos desafios se colocam, uma nova adaptação, agora com a possibilidade de se deslocar onde quiser?

Destaco:
"Imagino-me sempre a correr de um lado para o outro, mas este peso que me ocupa parte do imaginário é já uma continuação de um pensamento abstracto a querer alcançar a lógica que escapa à verdade de um raciocínio ímpar, e ao mesmo tempo esperançoso na vivencia em paralelo com o mundo que o criou."

Fantástica a forma como escreve!
Beijinhos,
Clarisse