segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Loucura e mais nada


(Imagem: google)

Sinto-me abandonada e sufocada
Por ter nas mãos uma ideia
E nos olhos um sentimento 
Morto dessa mesma ideia

Já não sei se as mãos 
Que se fecham agora 
São as mesmas que se abriram
Quando as tomaste para ti 

Há  nelas uma morte tão breve
Como quando a noite vem
Sem dar por ela

Loucos se fazem ao caminho
E nas loucuras que levam
Há dias cinza espelhados nos seus olhos

Correm rumores
De que, desenfreados vão
E nem sabem se voltam

Levam nas mãos vontades novas
Mas nos olhos visões noturnas
Que esperam só pela 
Sua última vontade
De quererem ser só loucura
E mais nada

Simplesmente

Não me dói nada
mas sinto que me quer doer alguma coisa
mesmo na vontade de querer ser simplesmente feliz

Porque


Porque pensar em dormir, se a chuva lá fora acabou de adormecer no silêncio das vozes todas que conheço?
Porque pensar em sair, se cá dentro acabou de nascer um arco-íris que vejo agora desenhado nas paredes?
Porque pensar em não pensar, se o pensamento é um caminho que me leva a tantos lugares onde a chuva cai?
Porque renascer nas vozes, se são carimbos acabados nas sobras de uma folha de papel
em branco?
Porque querer ser a verdade, se a verdade são utopias,  e folias em olhos vidrados na noite?
Porque não deixar em paz a flores que tentam crescer nos vasos pendurados nas janelas?
Porque remediar os pobres com as migalhas do almoço, quando há tantos sacos de comida às portas das igrejas?
Porque não deixar em paz, quem só quer estar na paz do seu desassossego?
Que todos os sossegos se reúnam nos céus onde se escrevem vidas e se deixam cair como pingos de chuva nos telhados das velhas casas....

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Esse lugar


Não estou aqui
Nem sei se vou
Por aí

(Nesse lugar faz frio)

O lugar que sempre
M'acolheu 
Está vazio

Não sei de mim
Nem de ti

Não há lugares cativos



(foto; Junto à Ponte da Ermida - Castro daire)