segunda-feira, 22 de junho de 2009

Alquimias


Se as vistas
Que (a)visto daqui
Me trouxerem o teu sorriso
Mergulho nesse mar que vi
E sugo-te o mel que coalha
No teu corpo

És já um instante
Que percorro
Sedução e paixão
E a minha boca
Um sopro quente
Alquimia soletrada pelo chão

E lá que me encontras
Em constante agitação
Apartei-me do meu rio
E sou-te onda presa
Maremoto onde aprumo
A minha solidão

Sou nas brumas da memória
Um corpo só
E na alma…
Todos num
Sou nos tempos idos
Um vulcão que morreu na tua mão

Vê como sangra ainda
E corre por todos os rios
Ao encontro das vestes idas
Onde o sol reparte
A melhor parte do único verão

Dou-te a minha boca
Sê tu um único trago
E sacia a minha sede
Que morre aos poucos
Num descampado
Onde se juntam as estrelas
E se arrumam outros sóis
Sem embarcação

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Encontros

Foto de Minha autoria

Afagam nas madrugadas
Um ventre imaculado
As tardes em que o sol
Trepa o rio
E fica do outro lado das casas

As luzes apagam-se sempre à mesma hora
Olho os reflexos na água
Que se aquieta
E se alonga num céu tingido
Onde o luar é sôfrego
Por uma noite só...

E eu ouço-te no caminhar das águas
Que correm silenciosamente
Pelo meu corpo
E as gotas ficaram paradas
Num ponto morto
Onde os meus olhos se fecham
E a tua sede
É una no meu peito

Deixa-me saber-te aí
Para um encontro
Nos sonhos
Que deixamos hà tanto tempo
Esquecidos

sábado, 6 de junho de 2009

Vozes dos Mil e Um Poetas


Auto-Retrato
Encontro-te…
Poeta de mil vozes
A encantar os sonhos
Do meu imaginário

Eu, a correr pelos campos
E tu a despontar
Dos corais no meio do oceano

E ouço-as!
As vozes dos mil e um poetas
Jóias raras da cor da luz

Foi lá que me fiz
Uma e outra…
Quando me vi reflectida
Na eterna lucidez
Das águas mornas

Aquelas que enchem os rios
Do meu desassossego

E tu poeta de mil vozes
És nascente que seduz
Os olhares cativos

Alimento da alma
Que jaz em pedaços
Junto à foz.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ausências...

Tenho saudades tuas....
Disseste-o assim
Numa noite que se encontra
No meio da solidão

E nada mais seria preciso
Para me lembrares
De como
A saudade se perde
No meio da multidão

Não durmo agora
Penso em nós
E nos momentos
Que me trazem
Alguma saudade
De ti...

Esta é só uma lágrima
Que se espanta
Quando chega o verão
E não vê no sol
Uma réstia de ilusão