quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dizem que sim


Dizem que sim que há valores, uns que nos unem, outros que nos afastam. É quase certo que os valores somam-se e subtraem-se mas são eles que nos definem. É a maior dádiva que o ser humano tem. Somam-se amizades, solidariedades, benfeitorias, alegrias mas também esquizofrenias… e mais qualquer coisa ainda, num conjunto infinito de possibilidades, umas anárquicas, outras conforme o sistema energético de cada um, já para não falar sistematicamente de cada um dos valores que seguimos individualmente.

Mas uma coisa eu não sei – como se contabilizam os valores e qual a diferença entre eles e as mais valias de cada um. Será que para sermos uns vencedores teremos que deixar de ser nós? Então os valores servem para quê? Para nos despejar numa rua funda, sem nome, sem identidade?
Por exemplo; não me sirvam a amizade em bandeja de prata…não a quero assim a luzir por entre as mãos de quem só sabe ser subserviente e obediente às leis da física nuclear.
Há bombas que trazem sempre novas irradiações, aos olhos de quem quer ter núcleos vivos e não sabe ser em todos os lugares do mundo.

Deixemos os rios correrem para o mar.
Deixemos o mar saber que tem filhos que nasceram em qualquer lugar.
Deixemos as embarcações atracarem em todos os cais de pedra e acenemos-lhes que há vida ali.
Caminhemos sobre a terra em busca de alguma coisa que nos sirva de alívio para as nossas insónias.
Deixemos as noites serem menos noites
Deixemos os dias serem menos dias.
Esquecemos as duas faces; negra e branca que o luar cria na noite e sejamos nós próprios a luz em ação
Sejamos tudo mas não esqueçamos de ser nós, sempre que alguém nos propõe ser outra coisa qualquer.

Olha que os mares não se perdem
Os rios têm voz e as embarcações não lhe conhecem a foz
Mas, sabes que há maresias que valem por muitas marés e brisas que valem por muitas nortadas fortes à volta da nossa voz?

Como seria?


Se tivesse que correr por entre a chuva, como seria o meu olhar? 
Um mar, um rio, um lago, uma lágrima tua, um choro meu…? 
Como seria a minha fuga por caminhos alagados de todos os “suores” noturnos?

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Alma


Tenho saudades do mundo
Da vida em meu redor
Da minha alma
Quando cantava baixinho
E me dizia segredos muitos
Do tempo em que eu só
Queria ser alma e mais nada