terça-feira, 29 de novembro de 2016

Vazio

Não sei como imaginar
o vazio de um lugar… 
vazio...

Pensar sequer nesse longínquo espaço
onde o pensamento é coagido 
a permanecer à sombra 
depois traído 
quando por força do pensar
cuspido fora dos olhos

Não me surpreende esse frenético olhar
quando me toca
como um simples ruído
indecifrável…
até no silêncio 
por não pensar em coisa alguma
ou então em algo semelhante
ao vazio do espaço
que permita imaginar-me
perto ou longe

Não lastimo a falta de o não o ter
é como se fizesse parte 
da sua ausência 
da imaginação daquele pensar abstracto

Não queira saber onde me encontrar
porque somente me sei 
sem me saber presente

(Às vezes a ausência é eternamente
o espaço físico da morte
nunca antes anunciada)

Pois que nem a morte me sabe 
nem me interessa 
saber se ela existe
ou se no limite, sou…
o pensamento 
antes 
ou depois dela
por causa de pensar
que penso
a imaginar-me dentro dela

ÔNIX