ninguém me diz
que mundo é este
que tempestades
estão para chegar
quantos ventos
irão tardar
esta brisa
já não me toca
como dantes
no meu corpo
ainda à espera
da última viagem
estarei pronta
mas já não sei
onde ficaram
os meus olhos
nem mesmo
do seu último
sacramento
sei que se abriram
ao novo céu
que baixou à terra
consumindo tudo
até à última bolha de ar
lembro de muitas
noites acordada
mas não saciada
por esse silêncio
onde enterrei
alguns segredos
bem fundo
era esse lugar
nem sei como
cortar a corrente
ao mergulhar
e nadar nua
sem me sentir sua
é como
um rio parado
sufocado
até consumido
pelos ventos
que tardaram
mas chegaram
finalmente
ao centro
do epicentro
o ponto mais alto
onde me encontro
já ninguém me diz
como recuar
ninguém me fala
de outros mundos
de novos sonhos
agora tudo é
confusão
baralhação
desilusão
a continuação
do nada
o absurdo caiu
sobre a torre de babel
"Deus não é um conceito muito filosófico, é este mundo visto através dos olhos de uma criança" (OSHO)
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
As vezes
Às vezes…os dias não são dias
Às vezes…as noites não são noites
Às vezes…os sonhos não são sonhos
Porque às vezes…eu não sou eu
sábado, 3 de agosto de 2013
Memória dos dias santos
Pelo que
já vi
e ouvi
tudo é possível
tudo é visível
na pluralidade
das coisas
tudo se encontra
no acetinado
do ventre
(no centro da pirâmide
tudo se agita
mas tudo se aquieta)
Pelo que
já vi
e senti
tudo é alegórico
até a passagem
do silêncio
se encolhe
num vazio profundo
(no topo da pirâmide
tudo sobe
mas tudo desce)
pelo que
já vi
e antevi
tudo se move
na imobilidade
do tempo
um tudo gélido
travestido
delinquente
na memória
dos dias
santos
(na base da pirâmide
tudo aquece
mas tudo arrefece)
Pelo que
Já vi
e até desmenti
tudo é nada
nada é tudo
um tudo moribundo
e metafórico
um tudo que acontece
mas que esmorece
(no espaço etéreo da pirâmide
tudo se ilumina
mas tudo se apaga)
por tudo o que já vi
ouvi e senti
e até antevi
os corpos
já estão cansados!
Dolores Marques - ônix/13
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Até ao Amor
Se não conseguir
mudar a rota dos ventos
e chegar a ti no teu tempo
farei todos os possíveis
para não te ver partir
não sem antes te dizer
o quanto esta espera
é desesperante
o quanto me dói
este medo de te perder
na imensa claridade
que te envolve
tenho os olhos baços
de tanto os arrastar
nesta incessante procura
da linha que se projeta
até ao ponto final
do nosso encontro
DM - ônix - Eventos/13
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