segunda-feira, 10 de julho de 2017

Só Mínguas de Sonhos


Amortalhar os sonhos abertos
Aos momentos guardados 
Por tempos indefinidos
É não tentar por um só dia reescrevê-los
Seres viventes nas memórias de uma vida

Saber de uma forma abstracta
Nestes paralelismos
Quando nos exilamos do mundo
É darmos vida a outras vidas
Perpetuarmos os nossos corpos
No além vidas e reeditá-los num espaço
Que se enquadre num novo tempo

Vivo ainda para te dizer
De um marco da nossa história
Que marcou a nossa presença no infinito
Mas não guardei na memória
Os caminhos que me fizeram seguir viagem
E estou aqui numa prece inigualável
Fechada dentro de um aquário dourado
Mas vazio por dentro

(Só minguas de sonhos
Que se transformaram em elos equidistantes)

Poderás ali, saber de todas as almas
Que me pediram guarida
E se deitaram comigo
Mas já todos os amores caíram
Porque me perdi neste labirinto
E me deitei num leito de águas pardas

Mas, se quiseres
Poderás visualizar as cores que eu inventei
Só para nós…

Resplandecentes, agora, no além
Um imaginário desfocado e ensandecido 
Por todos os momentos que perdi
Quando atingi o novo arco-íris
E nada vi…

ÔNIX/DM