quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Há Um Sonho à Espera

( Foto de minha autoria)
*
branco é um só momento
através de um olhar inocente
que se confunde
com o verde resplandecente
e se aquieta num jogo matizado
até à descoberta de uma força viva
num mundo novo

há um sonho à espera
de ser redescoberto
por ti…




Momentos

(Foto de minha autoria)
*
preciso muito
sentir o calor de um momento
só teu
a aquecer-me as mãos

preciso muito
 ter-te nos sonhos meus
a lembrar os sonhos teus
*

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Perigo Eminente

(Foto de minha autoria)
*
Numa qualquer passagem por este mundo
Há sempre um qualquer perigo eminente à espreita.

É a solidão que se ergue das sombras
E se amofina num qualquer rosto sem nome

Temo por todos os sorrisos inocentes
Por todas as bocas famintas
E mais ainda
Por estar entre cá e lá
E não saber de que cor
É o outro mundo

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Causa e Efeito (Para a gloriosa /Horroriscausa)

(Foto de minha autoria)
*
Felizes os momentos que te têm
Incertos mas validados no tempo
E que por um simples momento
Te dizem sim…
Eu digo sim à tua passagem por mim
Se na construção das tuas palavras
Houver um momento morto
Que reviva em mim
*
Curvo-me perante a magnificência
Dos teus gestos
Há febre alimentando os teus olhos
E cobre forrando os caminhos
Por onde passas
*
Tapam-te com outros mantos
Quando ainda eras só causas
E meros efeitos
Sobre a vida
*

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Por Ser Natal, Meu Amor

(Foto de minha autoria)

Entrego-me neste sonho inquieto
Para me refugiar na luz
Focando-me nos nutrientes da minh’alma
E vivo assim esta santa obscuridade
Que me prende ao mundo

E canto-te com a mesma lealdade
Com que me inclino sobre a tua imagem
Que de tão bela me faz sorrir na noite
E contar-te em segredo deste Amor
E de mim neste amontoado de versos nus
Num corpo quente a transbordar
Serenando os tempos em que morri
E nasci, quando me entreguei a ti!

Vi-te em reflexos mistos de outrora
E balancei nas suas cores
Ínfimas partículas verde esmeralda
Que meu corpo seduz
Sempre que em Dezembro
Me aproximo de ti, meu Amor
Na proximidade de um momento
Só nosso...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dou-te Um Pouco de Mim

(imagem Google)
*
Porquê esse enfoque em cada hora que passa
Se há rasgos de memória
Tão malfadados em ti?
Sabes que os momentos parados
São aqueles que mais gozo me dão?

Ver-te a galgar os lances
De um qualquer vão de escada antiga
Esburacada
Sem vistas para a rua
É enfrentar o medo paralisante
Que deixaste a luzir no meu olhar

E eu perdida na noite
Nem sei como me dispus a amar
Um protótipo de ti inventado às pressas
Há novos traços do destino
Que comungam as festas de ano
Presos à antiguidade das nossas almas

Já nem servem as tábuas rasas
Junto ao corrimão
Para atear fogo nenhum
Queimas-te por dentro
Sempre que te dispões
A criar-te num novo fado

Dou-te um pouco de mim
Se quiseres…
Mas tens que me saber querer de novo
Em qualquer ponto de passagem
Pelo meu corpo

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Perdi-me em Ti

(Foto de minha autoria)
*
(Sofri por ter alguém
Assim tão perto de mim
Consenti que me bastasse
Em mornos leitos
Lacrando desejos)

Sofri a dor da ausência
De mim, por mim
Por não me bastar por dentro
E de me ferir por fora
Mas mesmo assim sofri
Quando cuidei de ti

Gostava de me ter visto nua
Quando te perdeste nos labirintos
Do meu quarto
Encostei-me às paredes frias
E tu entraste em mim
E eu perdi-me em ti

(Quem sabe um dia
Eu me encontrava nele, pensava
Mas mesmo assim continuava
Que bem sabe este fel
Como será o mel?)

Sofri tanto mas tanto
Que me despi do amor por mim
Porque to entreguei a ti
E foste a saciar desejos teus
Nos seios meus

E eu lambi-te as feridas
E deitei-me no teu corpo mole
Quando já dormias
E nada pedias…

Já tinhas todas as flores
Que eu plantara
Ficaram esquecidas
Nos lençóis desfeitos
De uma vida inteiramente tua

(Perdi-me nas ruas
Que já tinham sido suas
Mas fui saciando a sede de amor
Que é fruto adocicado
Pelas ruas da amargura)
*

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Nascimento

Caminhos alargados
Nas fronteiras
Onde se criam
E se moldam formas
De pensamento
Subo ao topo do mundo
E conto-lhe mais um segredo
De como vencer o medo
E contigo me afoito
Para lá do firmamento

És sol ameno
Brilhante
Instigador
Às mudanças dos tempos
Que foram
Em outros momentos
A origem viva
Amontoando séculos
Em nós e por nós
A luz…

Contagem crescente
E vigente
Foi hoje decrescente
Abrilhantada
De um modo circundante
Enquanto eu datava
Os últimos instantes
Transfigurados em sóis
Que caíam a teus pés

O que fomos
Tu e eu
Neste amontoado
De células vivas
Memórias trazidas
De outras eras
Seremos agora eu e tu
Caminhantes
No decorrer dos tempos
Que se reviverão
Até ao nascimento
De uma nova aurora
*
Poema dedicado ao nascimento do meu neto Tomás
no dia de hoje (02/12/09)
à minha filha Filipa
(e a mim própria) que assisti ao parto