segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dou-te Um Pouco de Mim

(imagem Google)
*
Porquê esse enfoque em cada hora que passa
Se há rasgos de memória
Tão malfadados em ti?
Sabes que os momentos parados
São aqueles que mais gozo me dão?

Ver-te a galgar os lances
De um qualquer vão de escada antiga
Esburacada
Sem vistas para a rua
É enfrentar o medo paralisante
Que deixaste a luzir no meu olhar

E eu perdida na noite
Nem sei como me dispus a amar
Um protótipo de ti inventado às pressas
Há novos traços do destino
Que comungam as festas de ano
Presos à antiguidade das nossas almas

Já nem servem as tábuas rasas
Junto ao corrimão
Para atear fogo nenhum
Queimas-te por dentro
Sempre que te dispões
A criar-te num novo fado

Dou-te um pouco de mim
Se quiseres…
Mas tens que me saber querer de novo
Em qualquer ponto de passagem
Pelo meu corpo

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