(desenho de Antonio Moura)
Se no teu corpo eu pudesse
Reescrever um verso solto
Retiraria dele todas as letras
Que me faltam
Para me proclamar nas alturas
Onde descanso o pensamento
Viveria no cume mais alto da serra
Onde o céu se esconde
E seria escala musical copulando
Com as subidas vertiginosas
Da tua boca nos meus seios
Passeiam-se os meus dedos
Nos pontos todos que te conheço
Almejando nos intervalos
Duma escala aberta
Uma só nota
Para que no final do solfejo
Eu seja o sopro do teu beijo
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