sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sopro






(desenho de Antonio Moura)




Se no teu corpo eu pudesse
Reescrever um verso solto
Retiraria dele todas as letras
Que me faltam
Para me proclamar nas alturas
Onde descanso o pensamento

Viveria no cume mais alto da serra
Onde o céu se esconde
E seria escala musical copulando
Com as subidas vertiginosas
Da tua boca nos meus seios

Passeiam-se os meus dedos
Nos pontos todos que te conheço
Almejando nos intervalos
Duma escala aberta
Uma só nota
Para que no final do solfejo
Eu seja o sopro do teu beijo

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