quarta-feira, 6 de abril de 2011

...onde o ser se fez vida



Seria preciso muito mais do que uma soma de muitas noites, para que juntos pudessem, dizer-se. Por isso, se as noites se mantiverem nos seus olhos, elas serão uma única força a brilhar no escuro. Ele será uma movimentação bem ao fundo daquela rua, e ela a força imaginária da sua vontade de ir mais além. A vida que o tem, é agora uma só, em busca de algo que o faça acontecer para lá de todos os movimentos que ele já conhece. Precisa de muito mais do que uma só noite e uma só rua. Vai e vem consoante o brilho fosco que alumia a noite, e a mulher não sabe onde encontrar-se; se no fundo dos seus olhos, se nas funduras de um amor ausente, ou nas inconstâncias de uma vida presente, mas distante nas margens de um rio qualquer.

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Caminha agora com passos mais firmes, para que o além lhe mostre mais verdade, mais vontade de ser alguém. Há homens que se sentam à espera que o céu lhes devolva a vontade de viver, mas este homem, é uma força viva a caminhar em frente, direccionando o olhar para outros movimentos que lhe mostrem que há fundos onde poderá esboçar todas as suas vontades de ser gente, entre todas as que ficaram no caminho. Este é agora um caminho onde a liberdade tem um preço e essa ninguém lha poderá negar, porque na casa onde nasceu, há um fundo interminável, onde o ser se fez vida e a vida se faz nascer de novo.

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