segunda-feira, 19 de abril de 2010

As Palavras Quero-as Assim




As palavras
Quero-as assim dispostas em fila na minha cama
Quero-as
Simples
Directas
Tortas
Erectas
Eruditas
Transcendentes e Rebuscadas
(Quero-as assim como te quero quando me deito contigo)

As palavras que renego
São também perfeitas
Mas essas deixam-me na solidão dos dias
E à noite nem sei para onde me virar
Se para elas
Se para aquilo que elas me querem dizer

(Essa imperfeição, continuada no meu peito)

O que faço com as palavras
É questão minha
Tua
E também
Nossa
Mas são elas, as palavras que nos ditarão a sua livre consciência

Por quem me tomam elas, eu não sei
Mas sei que me apaixono sempre por um corpo a fumegar
Revestindo os lençóis desfeitos

Há as palavras que falam
Do amor
Da alegria
Da tristeza
Da solidão
Da morte
Da vida….
Mas são tantas mais que eu desejo
Porque me fazem sentir que há para lá do meu corpo
Outros corpos saciados por moinhos de vento

1 comentário:

Octávio da Cunha disse...

"Um arrepio percorre o corpo
De quem lê o pensamento
Por trás do que escreves."

Escrevi um dia...
Hoje, mais uma vez, ao ler-te, voltei a arrepiar-me.
És uma surpresa sempre escreves...
Uma bela surpresa.

Beijo.