In “A Viagem” este é o mote para a sua leitura: “ Sei lá como vim aqui parar. Foram os cheiros das palavras derramadas em papel almíscar.
O meu destaque vai para o poema que deu titulo ao livro; São longos os Caminhos”, Em que Saozinha diz: A viagem é longa, o corpo cede muitas vezes , à passagem do tempo/È a luz que nasce em mim a cada amanhecer, que me sustém e me guia”…/Tenho sede e fome de infinito.
São, escreve - in Corpo: “As vezes somos corpo nas esquinas da vida perdidos/A alma em transformação”
É esta indefinição que se sente sempre, onde há um todo que emerge e se funde em nós, e nós nem sempre estamos preparados para empreender essa fantástica viagem, nesse caminho que se vai alargando para que o corpo se submeta ao mundo que nos espera, para o encontro final.
São escreve In “Sentimentos: “Há uma esperança de vida que se esgueira da janela/Um novo sonho que renasce a cada despertar”.
E
In “AS Memórias”: “Viajei na estação do tempo, nos sonhos e nas esperas, perdida nas brumas da memória”
Há um misto de emoções sempre que iniciamos esta viagem ao interior de nós. Há calor, há frio, há o toque, há as ausências de nós, há a permanência, há a intuição, há como que uma desfloração do véu que nos envolve e nos liga a outros planos. Estamos a dobrar cada esquina do tempo com o intuito de que na próxima, nos encontremos em escala maior para um acordar suave e delicado em busca da paz, da luz, dos sonhos por achar.
In “A Alma”, Saozinha diz muito mais: “pequena luz nos confins do conhecimento”
Destaco o poema “Alquimia”: “Sei de mim nestes fins de tarde onde me encontro, no que há de mais verdadeiro”
Aqui a porta abre-se lentamente e mostra a luz reflectora de tantos momentos passados. É agora um novo caminho, não tão longo, não um fardo antigo, mas um desabrochar para a vida em estado de migração contínua num doce manjar dos deuses. A transmutação que se quer presente no corpo, na alma, e a mente a tentar derrubar muros, a tentar alcançar o ouro lado do jardim, que espera pela nova plantação de orquídeas roxas.
In “os Sonhos” – “Dos sonhos amadurecidos, faço a monção”
Por fim, a grandeza onde se depositam todas as palavras, todos os sentimentos, todas as agrestes caminhadas em prol de um novo caminho mais de acordo com o que inicialmente a trouxe aqui, Saozinha vislumbra finalmente um novo trajecto, para empreender uma nova caminhada. Os sonhos estão mesmo ali à mão de semear. Resta saber se a terra já está lavrada e arada para que do seu interior nasçam as mais belas flores perfumadas em direcção ao azul celeste.
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