quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Este lume


Vi-te como se fosse a primeira vez
Vi-te mas não me viste a mim
Continuavas o teu caminho
Na certeza de um A-deus

Então que Deus te acompanhe
Que eu por cá vou indo na
“forma do costume”
Acostumada a vender ideias ao lume
Este lume
Que acende todas as ideias expostas
E sobrepostas no negrume
Do seu queixume

(Acabei de chegar à via principal
Onde desfilam nomes
E caminham torpes pelas pedras
Amolecidas com o som da minha voz)

Há gritos no escuro
Maremotos nas vozes de aquém
E d’além-mar
Mas eu sou aqui neste infinitésimo
Quadricular de ondas herméticas
A cair-me nas mãos
Nos pés
E no corpo já feito
Para se dar á corrente

(E a corrente é o caminho das mãos
Daquelas que se põem a jeito
De se tornarem fortes desejos
A cair-me dos olhos)

Sem comentários: