De costas no sobrado,
E o corpo cansado
Com os olhos no tecto
E só o tecto, o mesmo tecto
Onde rabiscam sonhos por alcançar
Com os braços caídos
Os joelhos erguidos
E as mãos sobre o ventre
No ventre, e só o ventre
Concavo lugar de uma lágrima minha
E o corpo cansado
Com os olhos no tecto
E só o tecto, o mesmo tecto
Onde rabiscam sonhos por alcançar
Com os braços caídos
Os joelhos erguidos
E as mãos sobre o ventre
No ventre, e só o ventre
Concavo lugar de uma lágrima minha
A escorrer nas tábuas lisas
Do meu cansaço
Vermelhos os tempos
Em que as rosas me desfloravam o véu
Rosas, eram rosas os meus anos de menina
A saltar sobre todos os ventrículos
De uma terra vã
Do meu cansaço
Vermelhos os tempos
Em que as rosas me desfloravam o véu
Rosas, eram rosas os meus anos de menina
A saltar sobre todos os ventrículos
De uma terra vã
Rosas, eram rosas os meus olhos de menina
A desviarem-se dos tempos escusos
A desviarem-se dos tempos escusos
A contemplar os templos
Onde descansam os corpos
E desfilam as almas
Por todos os cantos
Onde se guardam os braços
Que ceifaram todos os tempos
Onde descansam os corpos
E desfilam as almas
Por todos os cantos
Onde se guardam os braços
Que ceifaram todos os tempos
1 comentário:
Em dias de deriva,
um nostálgico olhar,
em rubra memória,
Sobre as tábuas percorridas.
A sublime sensibilidade da tua singular poesia.
Muito belo, um poema para degustar.
Bjo.
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