quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tão-somente, só





Sinto-me tão só
Como quando nasci
E não te senti
Um corpo
Com um colo aberto

Queria virar-me ao contrário
Voltar ao ventre materno
E dizer-te
Só...a ti:

- Vem-me visitar
E faz do meu caminho
Um sol nascente
A cobrir-me o corpo todo




A saltitar por entre as memórias
Que me dizem de nós
Eu me contradigo
Nos nomes que invento
E nas horas mortas
Fecho os olhos
E choro baixinho

É este silêncio uma dobra
Num lençol dourado
Onde escrevo
O teu nome
Para que no fim
Me nutras a alma
Já que o corpo
Mata a minha fome
Derrubando muros
E a minha sede
A beber os sonhos
Afogando
Momentos meus e teus
*
(Foto D.M)

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