quinta-feira, 27 de julho de 2023

Momentos de calma


 Porque não estou disponível no momento de calma, quando ela chega mansa e leve e me sussurra ao ouvido coisas de um mundo que mesmo perto está tão distante, como o céu o está, ali tão alto, ali tão fundo apesar da dimensão para cima, quando me estico toda a querer tocá-lo com as pontas dos dedos.

 Porque me apego demais a este chão, porque sou pesada demais, densidade obesa, e presa fácil do destino.

Porque só o sono é um bom companheiro, quando deitado comigo me afaga o ventre, agora mais alongado, agora sem rumo, não sei se chegou a ser um potencial vencedor, já que eu não me dou por vencedora nem por vencida.

Ele não. Ele é o meu Eu mais profundo, o ventre agora mais alongado, e que não seja o  Amor, tarde na hora do adeus que dali nasceu e cresceu...


Onix

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