Eu não sei onde te encontrar
Se no caminho que trilho
Se na dança do meu corpo
Que se enleia aos sonhos
Que te espreitam
Do alto da minha torre de vigília
Peregrina neste sítio ermo
Onde rastejam
As minhas dúvidas terrenas
Que é saber-te pronto para chegar
*
(Vagabundo não come
Não se lava
Não se veste
Não se remedeia
Não tropeça nas pedras do caminho
Não demora para chegar
E nem verbaliza os traços
Que o fazem demorar)
*
E quero muito saber-me
Digna do meu corpo
Para contigo dançar
E comunicar em outros lugares
De um saber
Que me é dado à nascença
Para te escrever
Sobre um sorriso a bailar
No meu olhar
*
Tenho-te na ponta dos dedos
Quase a tocar as altas esferas
De um reino que há-de vir
Para te dizer de mim
Neste meu habitat natural
Nas noites e nos dias
Em que de um poema
Se compõe um sorriso
E de um sorriso
Se acaba um poema
*
E tu um
Ser apenas
Que breve se fez semente
A cair sobre o meu colo de mulher
1 comentário:
Um poema lindissimo Dolores, envolto em sensibilidade e ternura, como tu tão bem sabes fazer.
Um beijo do meu coração para o teu
Isabel
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