sábado, 6 de fevereiro de 2010

Inspiração, Expiração

(Foto minha - vistas s/o Rio Tejo)

Gostava de poder adormecer
De novo no teu colo
Afagavas-me o rosto
Cantavas-me canções de embalar
E o meu corpo a baloiçar
Saciaria esta minha sede
Da fonte de vida

Por ti subiria aos céus
Mitigava os sonhos
E descuidaria os abraços todos
Só por ti ...

(Mas como se nada restou?)

Nem um abraço me enlaçou
Nem um olhar me enfeitiçou
Só a tua indiferença
Só o teu desejo fútil
De poderes acabar a noite
Na solidão dos nossos sonhos

(Juntos moram ainda nas minhas lembranças)

Fica com tudo o que te é devido
Pertenças outras
Caminhos em eras cruzadas
Famintos desejos
Em leitos que me foram recusados

Abandonada...
Desprezei tudo
Eram sempre inspirações
De outros tempos vividos
E quase sempre
Por nós expirados e revividos

Estarei sempre aqui
Mas só!

2 comentários:

Anónimo disse...

O poema é lindo, forte e eu gosto de coisas fortes, sentidas. Parabéns a música que escolheste calha muito bem com o que está escrito, só espero que sejam desbafos de momento, a palavra só é muito pesada, de qualquer das formas está explêndido

Sonia Schmorantz disse...

"É a possibilidade que me faz continuar e não a certeza. Uma espécie de aposta da minha parte. E embora me possam chamar sonhador, louco ou qualquer outra coisa, acredito que com Deus tudo é possível..."
Um lindo domingo e ótima semana!
abraços