segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Eras





O tempo escorre
Como o leito
De um rio
Corre para a foz

Indefinição
Que mede
Um espaço
e

O renega
Fraco espírito pedinte
A passar pela
Nova Era
Na espera

Refinado lugar das águas
Atroz
Veloz
Perdido
Sem voz
A finar-se

Nas correntes prenhes
Dos detritos
Graníticos da serra
Que já não ouve
O uivo do vento
Nem o sente
Senhor
e
Rei

O tempo
É cicatriz
Em ardósia protectora
De um telhado tosco
Assente em barrotes
De madeira de lei

Feito
Ou contrafeito
Movimento interno
Alimentando o tempo
Da mudança
Cravado

e
Estancado
Nos medos grotescos
Nos feitos gigantescos
De todos os tempos
Que eu simplesmente
Não guardei

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