segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Noite

(imagem google)


Fui amante de um sonho
A calibrar um ponto luminoso
Onde o luar se fez corpo e alma
A deambular pelo cerrado da noite

Foi num lugar da terra
Agrupando todas as estrelas
Que fizeram ninho
E amansaram os pirilampos
Nas enseadas

Foram as pálidas noites
Que cirandavam
Nas vidraças quebradas
Onde guardo todos
Os choros requentados
De um dia de verão

Um presente que me é legado
Omitindo ausências
E presenças


Derivados de uma espécie anémica
A unificar todos os momentos
Que tardam na noite

As especiarias avizinham-se
Num mar longínquo
Abrilhantando as ondas bravas
Que vêm morrer numa praia deserta

Foi lá
Que deixei um corpo moribundo
A querer renascer
Nas funduras de um sentimento
Quando o luar consente
E não desmente
A noite

2 comentários:

Andradarte disse...

Bonito.....profundo....
Beijo

Filipe Campos Melo disse...

Foi no verso que fui terra em sonho
Foram as noites pálidas que me fizeram dor

Foi lá
Que deixei um corpo moribundo
A querer renascer
Nas funduras de um sentimento
Quando o luar consente
E não desmente
A noite


Gosto muito de te ler

Bjo.