É urgente
Sair desta forma continuada
Incapaz de me enrolar
Numa mortalha acabada
*
É urgente
Refazer caminhos
No silêncio da noite
*
Não tenho flores no meu colo
Para te pintar coloridamente
E sinto-me colada ao chão
*
(Uma ave espreita-me
Por entre os telhados vazios das velhas casas)
*
É este voo lento
Um vento quente
Que me sacode o vestido
*
É este pobre algeroz
Já esquecido
A escorrer-se na noite
*
(É este peso nocturno)
*
É urgente medir as distâncias
E partir o tempo
Pela metade
1 comentário:
Querida Dolores,
É sempre urgente rever a nós mesmos, limpar a "sujeira", esvaziar o ombro cansado; encontrar o refazimento, a alegria, a cor...
Sempre urgente ler-te!
Beijos
Flávia Flor
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