segunda-feira, 24 de maio de 2010

É Urgente


É urgente
Sair desta forma continuada
Incapaz de me enrolar
Numa mortalha acabada
*
É urgente
Refazer caminhos
No silêncio da noite
*
Não tenho flores no meu colo
Para te pintar coloridamente
E sinto-me colada ao chão
*
(Uma ave espreita-me
Por entre os telhados vazios das velhas casas)
*
É este voo lento
Um vento quente
Que me sacode o vestido
*
É este pobre algeroz
Já esquecido
A escorrer-se na noite
*
(É este peso nocturno)
*
É urgente medir as distâncias
E partir o tempo
Pela metade

1 comentário:

Flavia Assaife disse...

Querida Dolores,

É sempre urgente rever a nós mesmos, limpar a "sujeira", esvaziar o ombro cansado; encontrar o refazimento, a alegria, a cor...

Sempre urgente ler-te!

Beijos

Flávia Flor