sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ouço-te...(de Octávio da Cunha)

És um poema
Onde deitaria meu corpo
A ouvir-te...
A sentir
O teu coração
Pousar na minha mão
E com esta
Pousar-te
No peito faminto

Sou um pássaro perdido
No ar perfeito do teu pensamento
Sou turbilhão de prosas
Na imaginação que transpiras
Sou a ilusão do tema
Quando te perdes

Quero-te beber
As palavras surdas
Mas não sei...
Se são
Encruzilhadas
As poucas certezas de te saber
Sei que te ouço...
No pouco tempo de estar
Mas sei também
De um minuto
No universo
Onde tudo se pode ser
Onde tudo se pode ter!

Ouço-te
Nos rios nascidos
Que em mim naufragam
Sei dos temporais antigos
Que transbordam
Em remoinhos frouxos de prazer
E...
Ouço-te
E sei...
Que tens tornados de mel
Mares lembrados
Fogueiras ateadas
Nas almofadas solitárias
Que te sabem a fel...

Não partas, chega!

Gostei muito do teu poema e as palavras saltaram- me instintivamente...
Espero que gostes.

http://octaviodacunha.blogspot.com/

3 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Que linda poesia! Não conheço o autor, mas ambos são de imensa sensibilidade: um por ter escrito e o outro por divulgar tão belo texto.
Um abraço e bom final de semana

Sonia Schmorantz disse...

Lindo final de semana, menina!
beijos

Unknown disse...

Um poema do Octávio belíssimo...