quarta-feira, 24 de maio de 2017

Sentidos

Nunca foi um prazer ler um livro meu.
Nunca o foi porque também nunca foi um sonho meu, escrever sobre os diversos sentidos, para que fossem lidos pelos despertos sentidos.
Por isso não escrevo o “belo”, ainda que digite as palavras que desenham as cores do Amor.
Por isso não escrevo o que quero! Escrevo o que terá que fazer algum sentido no mundo supostamente de cor rosa, para que se lembrem dos espinhos ali consentidos.
Por isso escrevo o que é inacessível ao encanto dos olhos…
Escrevo sim o mundo da discórdia, da ilusão, da razão e da não razão, do inconsciente mundo dos sentimentos vazios, da volúpia escondida entre os dedos
Escrevo os submundos!
Escrevo o que sem sentido, vai fazendo sentido na dimensão onde já todos os sentidos se organizam para a não escrita com as pontas dos dedos, mas com o despertar da consciência, sentida.
Escrevo os mundos desconhecidos, os de antes, e os após as orgias dos sentidos todos!
Os versos magros, os poemas gordos, os dias marcados para a chegada do maior evento onde não serão mais necessárias palavras para definir o verdadeiro sentido da vida editada em qualquer livro de memórias.

Dolores Marques

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