quarta-feira, 8 de maio de 2013

Alquimias


Se as vistas
Que (a)visto daqui
Me trouxerem o teu sorriso
Mergulho nesse mar que vi
E sugo-te o mel que coalha
No teu corpo

És já um instante
Que percorro
Sedução e paixão
E a minha boca
Um sopro quente
Alquimia soletrada 
Pelo chão

E lá que m’encontras
Em constante agitação
Apartei-me do meu rio
E sou-te onda presa
Maremoto onde aprumo
A minha solidão

Sou nas brumas da memória
Um corpo só
E na alma…todos num
Sou nos tempos idos
Um vulcão que morreu na tua mão

Vê como sangra ainda
E corre por todos os rios
Ao encontro das vestes idas
Onde o sol reparte
A melhor parte do único verão

Dou-te a minha boca
Sê tu um único trago
E sacia a minha sede
Que morre aos poucos
Num descampado
Onde se juntam as estrelas
E s’arrumam outros sóis
Sem embarcação

(2009)

1 comentário:

Arnoldo Pimentel disse...

Sensuais e lindos versos.Parabéns.