quinta-feira, 7 de junho de 2012

Das mãos


Das mãos
Inertes de Maria
Hoje “depositadas”
No mundo distantes
Logo sepultadas

A quem a morte
Subitamente
Precocemente roubou:
A energia, o som
O talento, o dom
A escrita
A melodia

Eleva-se o grito
Do absurdo
Que a morte
Aparenta

O contrário de tudo
O nada talvez
Ou a importante
Fragilidade humana

Quase divinamente
Criadora
Simultaneamente
Redutora
Profundamente

Das mãos inertes
Ontem criadoras
Do talento da escrita
Escapa-se ainda
A música
Que não o grito
Da revolta

Da impotente
Condição humana
A escrita eterna
Que em Deus redima

A dor da perda
Que imortalizará
A voz sublime
Das suas mãos

(Autor: desconhecido)

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