segunda-feira, 19 de março de 2012

Imagem Indefinida




(Tela de Leila Proença)




Se me confundir com a imagem

Que me diz de mim

Não quero saber dos momentos

Que ela me traz

Porque me sei arredada do céu

E cairei na terra amolecida

Pelos meus passos


Saberei dar uma nova forma


Às minhas doidices

Como se me soubesse

Num cubo de vidro

A limar as arestas

Que definem o espaço

Em estado etílico



Furo com os meus olhos

Os pedaços que sobraram

Da queda que dei

E não serei nunca à sua medida

Para tornar a ver a luz do dia



O céu é a cor do meu leito

Quando me deito

Mas entro num sonho

A preto e branco



Noite tão noite

Como a sombra desenhada no chão

Dia tão dia

Como a visão tornada ilusão



Tão branco o branco

Dos meus olhos

Tão negra a sombra caída a meus pés


A imagem indefinida sucumbiu








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