haicai humedecido
na relva
que cresce ainda calada
são timbres da noite
pasmada
nos ramos que cortam o ar
na antemanhã nasce
um novo dia
abre caminho à solidão
há corpos ainda benzidos
dos sonhos
que viveram na noite
carimbo na folha caída
em pedras
rasgadas pelo vento
novas invernias nascem
entre os dedos
esqueléticos das mãos
manifesto duma idade
a cortar os
gestos pela metade
olhos ainda esbugalhados
farrapos
de vidas no chão
o dia amolece os gestos
enrijados
que se banham no rio
a água corre sempre
a jeito
parada na velha cidade
1 comentário:
Belo e profundo
Como sempre tua poesia é
E como sempre me sabe tão bem ler.te e pensar
Bjo.
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