Decidi esperar pela madrugada, quando ainda nada se movia nas ruas
Lá fora, ouvia-se um som leve de uma brisa miudinha
Restavam talvez as pétalas das últimas flores que ainda resistem na espera de um Outono morno
As correntes do Tejo, caladas e sufocadas
A espera é um grito, a causa dos aflitos
Lá dentro, ouvia-se um som calado
Restavam as paredes frias em contraste com um corpo quente
Era talvez a verdade nua e crua a desvendar mistérios na noite
Decidi que seria a minha noite, onde me dispo sempre sozinha
A manhã chega silenciosa e cega
Mordi a língua, senti secura na boca mas mesmo assim cantei baixinho
Um silêncio amordaçado que chegou do fim da minha rua
Diz-me sempre bom dia!
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