Se me endireitasses as costas
Verias que nelas há um sítio
Onde moram todos os ventos
Onde se encontram todos os tempos
Ainda por desbravar
Lá, onde a águas são calmas
Longe dos olhares indiscretos
E do sol que não mancha
Apenas uma mão silenciosa
A afagar o medos
Se pudesses encontrar-me acima de todas as coisas
A acordar as serras
A colher das nuvens as novas fragrâncias
E soerguer penedos riscando o céu
Veríamos um azul mesclado
De tons suaves
Abraçaríamos os montes etéreos
E cobriríamos o corpo rochoso
Com um dos véus que nos separam
Os traços, traçados no corpo
Se pudesses encontrar-me acima de todas coisas
E ver a verdade de um universo
Que se comove
Por não se mover nos olhos de todos
Os que sabem ver
E não sabem que o olhar
É o foco, a comandar o corpo e a intensificar a alma
Choraríamos as ausências
E nas incertezas
Descobriríamos um novo ponto no horizonte
E beberíamos das certezas da fonte
Que brota em nós
Seriamos a brisa do mundo
Um raio de luz
E só um ponto a tocar o infinito
Atravessaríamos todas as pontes
Colheríamos a calma dos montes
E serenamente um rio corrente
Aurora de um novo despertar
Ao ascender a todas verdades inacessíveis
Veríamos que há um espaço etéreo
A desenhar a silhueta do novo mundo
Dueto: Dolores Marques / São Gonçalves
1 comentário:
Muito lindo o dueto, parabéns. Tem selos de presente no meu blog pra você, pase lá e pegue, beijos.
ventosnaprimavera.blogspot.com
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