sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Roupagens

Infame luta que dói
Entre muros empedernidos
Um olhar que se trai
Perante a vida que cai

Investidas rentes aos magotes
Em riste, traem o luto vestido
Despem-se da fome dos corpos
E balizam-se em bandos amorfos

E nas ruas vasculham à socapa
Roupagens de mulata
Rasgam cios nos abrigos
Fogem os mendigos

Chusmas, escondem-se espavoridos
Embrulham-se nas cores traídas
Que habitam o alçapão
Em noites onde não há verão
*
(poema escrito em 2007)

1 comentário:

AnaMar (pseudónimo) disse...

Um Verão que se prolonga na plenitude dos (teus!) sentidos...

Bj