sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

É o Meu Sonho

São os gritos
Que se escondem
Por detrás
De cortinas fechadas
E se levantam
Nas tristes madrugadas

É o meu sonho!
Que inunda
A gigantesca alvorada

É o meu corpo!
Que se aconchega
No final de uma longa
Caminhada

São os gritos constantes
Que me saem da garganta
Roucos,
Infames,
E gastos, pela cor
Que lhes empresta
A noite…

É o meu sonho!
Que dorme na solidão
Uma tonalidade
Acobreada…

No cinzento dos dias
Caminho sempre
Às vistas de um mundo
Que sofre por nada

É o meu corpo dorido
É o meu olhar sofrido
Que se alonga
Na fluidez
De uma qualquer
Embriaguez

Canto-te versos singelos
Que se espantam
E que se querem
Na rua sentados
Ou nos beirais
Dos telhados
Cantados…

Há uma luz que invento
Há uma tonalidade rara
Que se estende
Nas noites
Em que te busco
Acordada

Um lamento!
Choro por quase nada
E o nada
Anda de mãos dadas
Pelos cantos do mundo

Eu aqui…
Choro lágrimas ao sol
Não me vês
Não me encontras
Neste que é
Um caminho cruzado

Sou só Eu e Tu
Neste mundo encantado
*************************************

1 comentário:

Sonia Schmorantz disse...

Lindo poema, apaixonante...
beijo