quinta-feira, 28 de abril de 2016

Universo dos sentidos


Muita gente, nunca por morte será gente desconhecida. 
Poderá certamente ser a vida, por conta de alguém que sente quando se funde em outra gente. Ainda assim, há quem viva, como se gente fosse. Sentem, mas não têm o conhecimento devido do seu Ser Único....tripartido.
Enquanto isso, nu na penumbra, o Ser nunca é ausente ou indiferente ao movimento que o circunda, quando por sorte alcança a linha do horizonte, onde ainda se anunciam as estrelas.

No núcleo abafado por todos os isentos sentidos, estão os que interiorizam esse ponto esquecido, e, reduzido simplesmente ao sentido horizontal de uma linha esticada entre os dedos. Verticalizam-se os sentidos, mas nunca o sentir é um fundo, antes uma figura geométrica virada ao contrário.

Na unicidade, conjugam-se os modos e as formas da improvável comunicação dos elementos, ali expostos no lugar onde se acomodam todos os que, vestidos, são no acto, travestidos, mas não destemidos. 

Estamos então, perante um monólogo introvertido no universo ali expandido.
Os olhares distantes do lugar onde os olhos deviam descansar, seguem perante a indiferença dos sentidos, os quais comunicam entre si, quer nos inversos das palavras, quer na devassidão do mundo que criaram.
Estão assim sem rédea curta, enquanto a linguagem elementar é evidente na singularidade dos opostos, criados à margem de si mesmos.

Enquanto se é gente, nem sempre se sente, porém o sentir não se confunde nos corpos doentes, quando por ali rompe a dor. As mãos dispostas no sentido verdadeiro do movimento intercalado, sustentam verdades que os olhos não sabem, tão pouco se encontram no centro onde se encolhem todos no universo dos sentidos.


ÔNIX "O Todo"

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