sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Viajantes





Andei por muitas ruas mas não vi
Todas as sombras, nem os grafitis
Nas paredes, nem os homens 
Que engoliam a sua própria sombra

Só me lembro que caminhava
A contar as pedras da calçada
Como se fossem contas de somar
Até ao fim de todas as somas

Fiquei sem saber como respirar
E a cada passo meu, surgia
Uma ideia, um pensamento
A sossegar os meus passos

Afinal, para que servem os olhos
Se não para seguirem direções
Diferentes em todos os lugares
Onde há ventos e chuvas e brisas

Encontrei as flores esquecidas
Nos canteiros e senti-lhes 
O aroma ainda fresco da manhã 
A perfumar todas as ruas

1 comentário:

Filipe Campos Melo disse...

A soma de todos os olhares
E a sombra que o tolda

Sempre belo

Bjo.