quarta-feira, 30 de maio de 2012

Profecias

Há nos limiares do tempo
Um pendular suspenso que balança…
E m’equilibra noutra dança
Mas o meu corpo é o re-verso na ténue faísca
 Onde nasce a luz uniforme do meu olhar

Caminhos intransponíveis neste renascer
 Onde o verbo É
 E deixa de Ser
 Quando consente que nos limites
 Se consiga verbalizar
 Sobre o
Cosmos re-unificado

- Como abrir os olhos e falar-vos sobre um cometa
Que rasgou a atmosfera neste leve balançar?

 Há um estado de fidalguia nos seus versos
Simples melodias esgrimam o ar
E esta espera…
Que sempre me desespera

- Ler-te no infinito...poeta do meu altar
É re-escrever-me no mesmo lugar
De onde me viste chegar…

 Leva-me sempre por outros trilhos que também pisa
 E sabe que o meu corpo se espreguiça nos seus versos
 Mas, mesmo assim, não pára de me fazer doer
É como sentir a terra a tremer...

- E o frio encolher-me toda neste corpo, preso à vida 

Já não posso caminhar sobre o seu ventre
Vou fincar-me na extensão breve do tempo
E absorver dele a fina corrente

 Insígnia das utopias de um profeta
Que marcou encontro com certas profecias
Que, sem saber se é poeta
Por profeta ser
 Remete-se para a magistral leveza do Ser

 (Tela: Jomasipe)

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