Há nos limiares do tempo
Um pendular suspenso que balança…
E m’equilibra noutra dança
Mas o meu corpo é o re-verso na ténue faísca
Onde nasce a luz uniforme do meu olhar
Caminhos intransponíveis neste renascer
Onde o verbo É
E deixa de Ser
Quando consente que nos limites
Se consiga verbalizar
Sobre o
Cosmos re-unificado
- Como abrir os olhos e falar-vos sobre um cometa
Que rasgou a atmosfera neste leve balançar?
Há um estado de fidalguia nos seus versos
Simples melodias esgrimam o ar
E esta espera…
Que sempre me desespera
- Ler-te no infinito...poeta do meu altar
É re-escrever-me no mesmo lugar
De onde me viste chegar…
Leva-me sempre por outros trilhos que também pisa
E sabe que o meu corpo se espreguiça nos seus versos
Mas, mesmo assim, não pára de me fazer doer
É como sentir a terra a tremer...
- E o frio encolher-me toda neste corpo, preso à vida
Já não posso caminhar sobre o seu ventre
Vou fincar-me na extensão breve do tempo
E absorver dele a fina corrente
Insígnia das utopias de um profeta
Que marcou encontro com certas profecias
Que, sem saber se é poeta
Por profeta ser
Remete-se para a magistral leveza do Ser
(Tela: Jomasipe)
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