(Foto Minha - Vistas da ponte Vasco da Gama)
Estendo o meu corpo
Neste leito de águas paradas
E Cuidadosamente m’ entrego
Nesta viagem rio abaixo
Mas há um momento parado
Na curva do meu olhar
*
E eu…
Se me dispusesse a ir rio acima
Seria num dia bom
Desafiando a corrente
Lenta e suavemente…
Mas, continuo esta viagem
E livremente doo-me
Às correntes imaginárias
Que s’ encaminham para ti
*
Mas é nas funduras
Deste leito morno
Que encontro as águas
Onde gosto de navegar
E há uma cidade
Que me contempla
Banhada em margens de silêncio
Vozes que se calam
Debaixo deste céu
Pincelado de línguas de fogo
*
E eu…
Fico vigilante de outras marés
Que s’ encontram já
No fundo dos mares
E há afluentes que me abraçam
E momentos que me perseguem
Mas é na unicidade das coisas
Que se aglutinam
Serena e calma(mente)
Mundos continuados
*
E sou brisa e ventania
Numa corrente em sobressaltos
Descida vertiginosa
Nas encostas das serranias
E sou sombra, luz desfocada
Nas águas da minha memória
Música, bailado, corpo ondulante
Nas saudades do futuro
E nas lembranças da minha historia.
*
E eu…
Sou um mero instante
Em águas profundas
Remoinhos de vento
Em efémeros momentos
Que se ramificam
E se cristalizam em nós
Num encontro, rio abaixo, rio acima
Nas correntes em desalinho
E nos gestos a dormência
De um único destino
*
Mas são estes silêncios
Cuidados nas distantes
Navegando em rios paralelos
Que se descobrem as palavras
E os rios desta vida
Num encontro uno
Da nascente até a foz.
*
Dueto com São Gonçalves
3 comentários:
Porto Covo, conheço e aprecio também.
Lindo este poema duma grande leveza e suavidade.
Já algum tempo que venho a apreciar este seu cantinho mágico.
Parabéns!
Que bem que o poema ficou aqui.
e esta foto tambem
Beijo
Lindos estes poemas, suaves, encantadores.
beijos
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