Sou no assombro dos dias
Desassossego
Lamento
Ansiedade
Escuridão
Aguardo pelo mundo que sofre
Em constante agitação
Desassossego
Lamento
Ansiedade
Escuridão
Aguardo pelo mundo que sofre
Em constante agitação
*
Sou choro tímido de verão
Tenho na voz um resguardo
Sou palco suspenso
Pura figuração
E no sorriso de uma criança
Sou mais uma contradição
*
Ainda em estado amorfo
Vou palmilhando socalcos
Que sobrevivem no tempo
Em que morrer
Era sonhar e voar
Era sonhar e voar
Um estado de contracção
*
Atracção
Paixão
Condição
Ligo-me aos ventos tardios
Que me trazem paisagens de um sonho
Aí repousa o meu corpo
Aí repousa o meu corpo
Sou mera suposição
*
(Coitada de mim se soubesse
O que viria num tempo
O que viria num tempo
Puxado pelas redes da paixão)
*
Lânguidos olhares que se fecham
Num único alçapão
Sinto na boca um vulcão
Sinto na boca um vulcão
Que engoles sempre no verão
E no peito uma corrente
Que teimas em escrever com a tua mão
*
Há um fio que nos liga
A terra é um manto branco
E o céu pintura abstracta
Traços vermelhos que são
Entre o nascer e morrer…
Mascarar o sentimento
Com as cores que pintam o chão
*
Vê-me um olhar perdido
Face escondida
À procura de nada
*Serei também eu
*Serei também eu
O regresso às origens
E sentirás na corrente
Um corpo que morre
No calor da Paixão
1 comentário:
Admiro esta sua capacidade de estar sempre escrevendo, e, em cada poema fazer transparecer tão bem teus sentimentos.
beijo
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