sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O centro


Quero o nada
Se esse nada
For somente
A inusitada presença
De um fogo quente
A tomar-me o centro 
De um tudo que te dou
E me tiro enquanto nada
Que me sou

Este calafrio na espinha
Este energético centro
Acoplado ao movimento
Que dás aos traços
Que se formam
Nas palmas das minhas mãos

Este calor suado
Na inerte madrugada
Na demanda do prazer
Jeito inato…nascente 
De um único ponto
Que me quer toda
Porque sim

Este degrau solto, acrescento 
À minha alma em chamas
Corpo que se esfuma
No centro da noite
Que me tome por inteiro
Nas sombras de Deus 
...Ocasionalmente

Dolores Marques Poemas 2011

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