é a poesia
a única vontade
de me deitar
de costas
e olhar
para cima
como se ali
estivesse
a última de todas
as coisas simples
o olhar fecha-se
no exato momento
em que o sol
se esconde
nos meus olhos
calou-se para sempre
o corpo deitado
agora de bruços
a chuva cai
por entre os dedos
escorrega o terço
conta a conta
tal um conta-gotas
como se fosse
o último dia
da vida
do rosário
o dia em que
a idade
se encolheu
na terra ainda
húmida e fresca
para mais uma tela
a pintar
Dolores Marques Abril 2013
3 comentários:
Vi, no Google+, que temos amigos em comum.
Li-te lá, mas depois vi um link para o teu blog (não o tens no perfil).
Dolores, ainda li muito pouco, mas estou a adorar a tua poesia. Tens talento.
Beijinhos e bom fim de semana.
Obrigada Nilson.
Linda poesia, lindíssima mulher...
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