"Deus não é um conceito muito filosófico, é este mundo visto através dos olhos de uma criança" (OSHO)
quarta-feira, 20 de março de 2013
Uma era da cor do sol
Eram dourados o céu e a terra
Era um olhar cor de bronze
Nascido numa era da cor do sol
Dos olhos saltavam faíscas
Tais pirilampos a cobrir a noite
Na boca nasciam rios
À semelhança de outras eras
Propícias à nova estação
No corpo germinavam
Novas sementes
De onde nasceriam novas flores
Nas mãos nasciam
Outras brisas ressequidas
Nas pontas dos dedos
Havia ventos ciclónicos
A separar os raios solares
Via-o sempre nos meus sonhos
Esguio o corpo, felinos os gestos
Olhos fixos no mesmo local
Onde me encontrou
Caminhava breve
Soluçava em prantos
Movia-se como se fosse
Nuvens de algodão
E assim se lembrou
Como as noites baixam
Nos meus olhos
E, sendo livre o meu sonho
É-o na forma abstrata
De um pensamento
Quando tenta dar
Novas formas ao corpo
Nascido e criado no mesmo lugar
É agora a hora de mudar as cores
Que nascem nas quedas de água cristalina
Os olhos tombam
As mãos descaem
O corpo amolece
O olhar sucumbe
O pensamento quebrou-se
Nos momentos em que nada
Lhe pareceu igual à cor do céu
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
decaímos na monocromia da dor
sempre escura
sempre densa
sempre noite
Há ainda memórias
Persistem ainda vontades
E o verso renasce?
Bjo.
Muito bonito mesmo.
Amiga desejo-lhe uma Feliz Páscoa.
Beijinho
Irene Alves
Enviar um comentário