
Recolhe-me em teus braços, profundamente abençoado
Colhe meus cabelos molhados, segue o meu destino
Oculta-me as lágrimas em marés intensamente queimadas de chuva,
Une-te em laços fortes.
(Os ventos já não nos alcançam)
Quisera ter-te na lembrança que me orientou um dia
E me fez chegar perto do teu corpo; quente, casto, maduro, insano
Potenciando a minha clausura num silêncio oculto e imaculado
Induzido por um desejo aceso que é ter-te no fim de tudo
(Quisera eu, alongar-me nesta nossa loucura…)
Deambulo vadio pelas noites que se esfumam
No teu mar intenso
Quebra-me as asas, não me deixes voar
Sê una em mim, acalenta-te em meus braços
(Edifico-me em ti…porque te quero em mim)
E se eu fosse um momento, resguardado em teu corpo
Tomarias de assalto a minha vida
Seriamos um único ponto de onde nasce a única verdade
Que determina e segue a luz reflectora
De crenças remotas, terrenas e obscenas
(Transformo-me em pensamentos insanos
Ateio-me em fogos que ardem incensados sem pudor)
Alio-me a ti, mesclado em maresias de sabores agrestes
Tens-me aqui, espelhado em futuros lentos
Vem, abraça-me uma vez mais
Diz que um dia o meu coração não parará
Que os céus receberão minh´Alma, pura e leve.
(Quisera eu, que fosses o Universo prostrado a meus pés
E afastaria o véu que me cobre o peito nu)
Resquícios de fogo ardem agora nublados
Céus enchem-se de imensidões nocturnas
Saio para a noite e a madrugada teima em desflorar
Desvanecem-se de mim os medos na fugacidade de um momento
Atroz sentimento este…o de não poder estar contigo
(E ainda me dispo da noite
Quisera eu, ser todos os sorrisos e gastá-los na tua boca)
(Dueto com Joma Sipe)