Vamos para algum lugar
onde o tempo não nos encontre
e só o amor nos seja liberdade
a ver pelas últimas chuvas caídas
que sempre foram eternidade
Entregam-se ao tempo sem idade
a desejar amar só porque
o amor é saudade
mas a noite é pesada demais
para um amor antigo
que faz da imensa solidão
grades de uma prisão
Vamos ser amor às janelas
e fechar as portas ao vento
que traz consigo as correntes
da idade do amor dorido
castigado pela não idade
Sinto a fragilidade das horas
a passarem junto dos meus cabelos
e os olhos entregues às lágrimas
que se perdem no caminho da boca
e se afundam como se fossem
gotas de orvalhos
esquecidas nos prantos
E eu amo assim de um jeito
meio arcaico, às vezes laico
frágil neste espaço fechado
da noite, onde nem sempre
a Alma dita a palavra certa
Mas como se ama então
o Amor sem ter que pedir perdão?
Estará o Amor escrito
nos manuais antigos do tempo ?
ONIX. DM
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