Não sei quantas gotas de orvalho
serão as perfeitas lágrimas caídas
ainda que sob o disfarce da lua
evidência da sua face negra
com previsão de chuva dentro
e não fora de mim
Não sinto a causa disso tudo
nos beirais, nem o nostálgico choro
se abeira das vidraças ainda fechadas
Sou eu, o silêncio, e uma lágrima antiga
nos telhados
somos nós, eu e o homem
que sem nos vermos
colhemos chuvas intemporais
Na dúvida espera-nos um livro
na história, repetimos os amores
Ao longe, ouço o rebuliço das águas
que nunca são demais
quando percebo o quão me saciam
breves, mas densas nuvens a pesarem ainda
sob um céu brando
Caiu sobre o meu corpo
todo esse temporal assumido
e nada faria sentido se assim não fosse
essa débil morte do homem
nos espaços fora e dentro
D'Onix
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