A somar ao silêncio
mais silêncio
mais ausência
mais dor
mais os violentos ventos do norte
quando o meu corpo é bramido silencioso,
templo de um único sol
(Quando o sol se põe todo o silêncio é rei)
Trajada a noite para uma longa viagem,
tudo pode ser invertido num espelho,
ocasionalmente ...
escrevendo um poema com a luz que desenha
uma sombra deitada,
(Só para saber dela e de mim)
Eu sou do tamanho dela
Ela não tem tamanho
Talvez por não ter nenhum tamanho
não sabe como ficar colada a mim…
despida
Num universo feminino
o homem é dono de uma sombra decepada.
(Sobe por ela acima, esse modo único de prazer )
O dele é um caixa aberta para o mundo artificial
Os orgasmos ponderados
Soberbos os metódicos tempos
Os gritos mudos
Os fluidos na demanda do prazer,
(Indomáveis em gênero oposto ao real
Ao real lobo faminto
Tudo lhe é
Tudo lhe é concedido
Tudo lhe é farto, devido
E ele tudo concebe nos agrestes picos montanhosos
O longo disfarce da lua a debruçar-se sobre o meu corpo
pernoita em mim, devagar
É dono da minha solidão, nunca de mim será,
enquanto sóbrio
Terá que albergar o céu e a terra no dia a dia
dos seus passos
Terá que erguer a taça vazia ao sol
até que do céu cheguem baptismos sucessivos
que o meu nome não deixará de ser rio
ou mar
ou vento a soprar no vale
onde descansam das intempéries,
os guerreiros
A noite passada uivaram os lobos
Eram uivos cegos, famintos de desejo
Esta noite nasceu um novo cântico nocturno
com a força do másculo
deitado ainda sobre uma das sombras
Ontem dormiu ela, sossegada, não acordou
Hoje não sei se acordo eu,
desassossego-me no sono
dono deste vai e vem sombreado
O Universo tântrico é um denominador comum
Dakini, “Onde Está o Homem?”
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