Eram dourados o céu e a terra
era um olhar cor de bronze
nascido numa era da cor do sol
Dos olhos soltavam-se faíscas
tais pirilampos a cobrir a noite
Na boca nasciam rios
à semelhança de outras eras
propícias à nova estação
No corpo germinavam
as novas sementes
de onde nasceriam as novas flores
Nas mãos nasciam
outras brisas ressequidas
Nas pontas dos dedos
havia ventos ciclónicos
a separar os raios solares
Via-o sempre nos meus sonhos
esguio o corpo...felinos os gestos
olhos fixos no mesmo local
onde me encontrou
Caminhava breve
soluçava em prantos
movia-se como se fosse
uma nuvem de algodão
E foi então que se lembrou
de como as noites baixam
aos meus olhos
Sendo livre o meu sonho
é-o na forma abstracta
dum pensamento
a dar novas formas ao corpo
nascido e criado no mesmo lugar
É agora a hora de mudar as cores
que nascem nas quedas de água cristalina
Os olhos tombam
as mãos descaem
o corpo amolece
o olhar sucumbe
O pensamento quebrou-se
nos momentos em que nada
lhe pareceu igual à cor do céu
ONIX Poemas 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário