Sombra
Não me queiras mal
que eu também não
Não te sinto perto
nem longe
transferência incolor de néons
cintilante desvio de vidas passadas
Sombra...sombra...sempre tu
equivoco rastejante
fria
madrugada além do dia
não me digas nada hoje
talvez amanhã sejas poema
um corpo
a alma que sorri
Não sei como avançar sem te levar
sombra inquieta
melódica
metódica
amante da noite
rastro de sangue
quebranto de um santo
ainda vivo
Herege…herege…herege
é este pecado meu
Não me queiras mal
que eu também não
o vento, agora companheiro
varre as sombras dos caminhos…
Guia incompleto
replecto de mistérios
não me sei noite
nesse cruzamento de dados...
não me sei dia
nesse limiar da tristeza
No limite serei eternamente nós
sabias disto
ser um dos maiores… nós?
Não….
decerto não
eu e aquela sensação
clareza de um rio veloz
corrente insidiosa
toma-me…inerte…
sempre inerte este invólucro da alma
E tu, sombra
que vives à sombra de mim
pára
não me afrontes
enquanto durmo
Que sonho
Dakini, pseudônimo
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