Quando o vento cisma, eu durmo. Às vezes sonho,
mas nem sempre o sonho tem as cores das insónias
que comigo ateimam, como se fossem donas
de uma candeia acesa
no meu quarto com janelas abertas para o Tejo.
Quando por fim renego tudo aquilo
como forma de me redimir das noites gastas nos meus olhos
o vento, tal brisa ainda escondida nos meus cabelos
faz-me cair em mim….e então acordo
(O sono poupa-me a certos dissabores
que é quando penso,
e tudo cai em cima do meu corpo deitado)
Nem sempre o pensamento se ajeita
num corpo estendido, e, então,
quando a cisma do vento insiste
num rodopio por cima das minhas pestanas
eu sopro o medo de um pensar desabrigado
e, então, intuo…
Intuo sobre a minha condição
de ser somente um pensamento ancorado
e caio por ali abaixo. Deixo-me embalar por ele
até que o dia comece, e o vento pare com o ranger
das portas e das janelas,
que são por ora pertença minha
e do Tejo.
ÔNIX/DM
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