quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Frio deserto



A pular de pedra em pedra
A saltar de galho em galho
A procurar caminhos novos

Mas os passos incertos
Face à dúbia convicção 
De um horizonte
Por dentro dos olhos

A linha recta é o obejctivo
No tracejado do céu
Que o tempo apagou

Tão longe e tão perto 
Dos espaços vazios
O frio deserto 
Nas mãos abertas

Agora, agitado é o corpo
Quando o verdadeiro sentido
Lhe mostra um relógio quebrado

E pensa, e age, e balança-se
Como se fosse um pêndulo
Da nova Era

Porém o que encontra 
São heras...os nobres 
Pensamentos a sair 
Do covil dos lobos

E rasteja, e abre-se à nova flora
Virgem, tão virgem 
Quanto uma lágrima, quando 
Profanada pelos deuses todos

DM

Um olhando... o outro sentindo


Dizias-me que o olhar
Reflete a serenidade das coisas habituais
Dizia-te que o olhar
É o reflexo de todas as coisas inabituais
E assim ficamos:
Um olhando
O outro sentindo
Todas as coisas
E todas as coisas nos pareciam anormais
Até ao ponto em que fixamos os dois 
O mesmo ponto

Dolores Marques - 2013

Entrem em mim



Não façam chorar as flores do meu jardim....
Se quiserem entrar num rio de lágrimas
Entrem em mim.

DM

Apressa-te




Apressa-te que a vida é já ali ao virar da esquina. 
Afunda os medos e as desventuras. 
Faz dos braços remos, do corpo caravela e vai...vai...
Mas volta.

DM