"Deus não é um conceito muito filosófico, é este mundo visto através dos olhos de uma criança" (OSHO)
quarta-feira, 22 de março de 2017
O Amor Primeiro
Leve na sua liberdade como se não houvesse nunca um amanhã para vestir um corpo.
Simples na sua, até, melancolia...
É o Amor a brotar em cada flor, ainda que seja nos espinhos de todas as rosas dos jardins.
Sublevação na incessante ondulação dos mares, é o Amor.
Imaginado no sublime e inexpressivo cair da noite...
É o Amor num sono abençoado por amor a um Sonho.
Livre na sua sensibilidade, como se não houvesse tempo para contar, nem para escrever, ou para se vender pelo seu primeiro Amor;
- ao fogo que arde,
- à agua que limpa e purifica,
- à terra que se abre em partos de dor,
- ao ar que inspira seja cedo ou tarde, na ínfima loucura de um amor simples, num simples e secreto desejo de um Amor.
Liberto do fardo dos elementos, segue para aclamar o tempo, nunca para nele se resguardar.
O Amor primeiro a nascer nas flores silvestres.
O amor primeiro a cantar no dourado do trigo.
O amor primeiro a dançar nas eiras.
O Amor primeiro a criar laços. Gigante na fruição de um abraço.
O Amor primeiro a gritar loucuras nos olhos dos amantes.
O Amor primeiro a crescer nos corpos tenros das árvores.
O Amor primeiro a saborear os primeiros frutos.
O Amor primeiro a subir os pinheiros mais altos.
O Amor primeiro a espreitar os ninhos.
O Amor primeiro a escrever as mais belas cartas de um certo amor.
O Amor primeiro nas folias entre os lençóis.
…e de sempre o Amor primeiro na lúcida embriaguez de um Rio, sem saber dos astros que o seguem rumo ao indefinido posto.
O Amor de sempre a cair do céu, com a chuva, e a neve, os raios e os trovões, as desenfreadas ventanias, o Sol e as estrelas, as fases da lua que são como um beijo da cor do mel, a quebrar o gelo esquecido nos corpos.
….e as primeiras águas agora aos nossos pés, um amor dócil de todas as marés cheias.
E de sempre, tal como as estações, um Amor livre, como se o amanhã fosse sempre um novo Amor, o primeiro na loucura de um relógio, que gira a par dos ponteiros, sem parar para pensar no seu primeiro Amor.
ONIX/DM
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